Falta de política pública estimula o descarte clandestino de lixo e entulho

O Brasil recicla aproximadamente 20 milhões de toneladas de resíduos da construção e demolição, classe A, de acordo com a Pesquisa Setorial Abrecon 2022, coletada entre 2021 e 2022 com usinas de reciclagem de RCD, cidades, estados, órgãos de controle e fornecedores de máquinas e equipamentos de triagem e reciclagem de entulho.

 

A maior dificuldade para as unidades de reciclagem de entulho no Brasil é a falta de legislação sobre o transporte de RCD (Resíduos da Construção e Demolição) e a inanição das prefeituras frente aos diversos crimes ambientais.

São Paulo, maior cidade do país, conta com inúmeros aterros clandestinos de lixo e entulho em operação há pelo menos cinco anos. Essas áreas não incomodam os fiscais da prefeitura e sequer são vistas pela polícia.

Os dados foram apresentados no Encontro Nacional das Usinas de Reciclagem de RCD 2023 em São Paulo no dia 30 de março às 08h no espaço Unibes em Pinheiros.

Ainda de acordo com a Abrecon, o setor de reciclagem de entulho não sofreu impacto significativo com a pandemia de COVID-19. De acordo com Levi Torres, coordenador da Associação, houve um aumento da reciclagem do período de 2020 a 2022.

O setor cresce a despeito das ações dos governos municipais, estaduais e do Ministério do Meio Ambiente – MMA. 

Em 2022 o Ministério do Meio Ambiente lançou o Plano Nacional de Resíduos – Planares. De acordo com a pasta, esse foi o maior avanço na gestão dos resíduos dos últimos anos. Infelizmente essa não é a realidade dita por eles. O Planares foi feito em tempo recorde e ignorou a participação de entidades, construindo as metas e objetivos com pesquisas primárias na internet e consolidando um modelo baseado em parcerias com pouca ou nenhuma transparência.

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Encontro Nacional das Usinas de Reciclagem de RCD Abrecon