Dados da Pesquisa Setorial Abrecon de 2014 apontam o britador de mandíbulas como o mais comum nas usinas de reciclagem de RCD (Resíduos da Construção e Demolição). Até hoje ainda é o mais utilizado pelos inúmeros benefícios oferecidos tanto para a produção de agregado reciclado como para agregado natural.
Apelidado de mordedor, jacaré, moedor e até moinho (esse é outro equipamento), sua utilização está voltada à redução granulométrica e é amplamente utilizado nas usinas de reciclagem de RCD, pedreiras e nas construtoras com reutilização e reciclagem de entulho.
Apesar de não ser imprescindível para a reciclagem de resíduos da construção e demolição, o britador de mandíbulas é o mais comum nas usinas de reciclagem em virtude de aspectos relacionados ao custo de manutenção e facilidade na operação.
A operação simplificada do britador de mandíbula é, sem dúvida, seu ponto forte. Duas mandíbulas, sendo uma móvel com movimentos concêntricos resultando no esmagamento do resíduo ou material na câmara de britagem.
As duas mandíbulas estão posicionadas em ângulos em que a câmara de britagem fica mais larga na parte superior e estreita na parte inferior, assim, o movimento da mandíbula móvel tende a reduzir granulometricamente o material na boca com pouca ou nenhuma fragmentação e esmagar o material com mais eficiência no fundo da câmara.
Se comparado com os britadores de martelo (impacto vertical ou horizontal), moinho ou até o triturador, é, seguramente, o mais econômico, seguro e eficiente.
Benefícios do britador de mandíbulas para a reciclagem de entulho:
- Menor ruído
- Menor abrasão ao RCD
- Manutenção mais simples e barata
- Peso do equipamento
- Maior capacidade de produção
- Versatilidade
- Maior segurança na alimentação
- Velocidade de produção de agregados reciclados
- Facilidade de encontrar mão de obra especializada
A decisão em optar pelo britador de mandíbulas está literalmente em seu retrospecto na área de pedra e areia natural (sim, o britador de mandíbula é usado para a produção de areia natural oriunda de pedra e seixo).
Outro fator que também conta a favor das mandíbulas é a facilidade na manutenção e a oferta generosa de peças de reposição, com prazo e preço, bem como, uma quantidade razoável de fornecedores de insumos e serviços em todo Brasil.
A depender do tipo de agregado demandado, o britador de mandíbula é substituível por uma peneira e por sistemas de limpeza e triagem, assim, o equipamento deve estar configurado para britar (ainda que isso possa parecer redundância).
Questões a levar em consideração na escolha pelo britador de mandíbulas para a reciclagem de RCD:
- Abrasão a resíduos com ferro
- Baixa capacidade de produção de material fino
- Inadequado para resíduo sujo
- Baixa produtividade se não associado a uma mesa de triagem, escalpe ou by-pass
- Britagem de material úmido
- Operação sob chuva ou ambiente úmido
O britador de mandíbulas não funciona bem em ambientes hostis, como chuva, neve e garoa, assim, o ideal é instalá-lo sobre um galpão, preferencialmente junto a mesa de triagem.
Para a produção de material fino, inevitavelmente o empresário deve fazer a rebritagem com um britador menor ou obter o material com mais uma peneira – giratória, reta ou inclinada.
Não é interessante mandar material fino (solo, areia, pedrisco) para a câmara de britagem, pois o material pode aderir a mandíbula e reduzir a sua eficiência.
A falta de estudo adequado das usinas de reciclagem de RCD não consegue extrair todos os benefícios que o britador de mandíbulas consegue oferecer, pois, nas plantas de reciclagem de entulho, em geral, ele trabalha abaixo de 40% de sua capacidade.
Isso acontece devido ao baixo conhecimento dos empresários e ao conjunto de equipamentos não trabalhar em ritmo sincronizado. Ainda há de se considerar um parque tecnológico simplório e sem integração em sistemas de monitoramento, ou seja, para saber quanto tempo o equipamento ficou ligado, o empresário ainda hoje usa caneta e papel.
Ele é o mais usado nos modelos móveis sobre chassi, acoplados a retro escavadeira, carregadeiras e sobre esteiras. Na reciclagem de RCD poderia ter uma função mais eficiente, porém, em sua grande maioria opera sem mesa de triagem e peneira anterior.
Esse equipamento é o mais barato e eficiente quando comparado com outras opções, como martelo, HSI, VSI, moinho ou triturador.
Produz com qualidade e baixo custo e com inúmeras configurações, porém, infelizmente não tem sido utilizado de forma a se obter o seu melhor, em geral, por que não está associado ao processo de limpeza e triagem anterior dos resíduos da construção.