Pesquisa realizada pela Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição – Abrecon identificou que, embora prometido como solução para a destinação dos resíduos da construção, o MTR Nacional ainda não tem adesão do setor de caçambas de entulho.
A portaria do Ministério do Meio Ambiente nº 280/2020 instituiu o rastreamento de todos os resíduos a partir do dia primeiro de janeiro de 2021, porém, além de o texto não ser muito claro quanto às obrigações, ainda está muito longe de ter a adesão do setor de transporte de RCD.
A Pesquisa Setorial Abrecon 2020 apresentada no Encontro Nacional das Usinas de Reciclagem de RCD 2021 mostrou que a prática de registrar os resíduos não é comum no setor de caçambas de entulho.
De forma inédita, a Abrecon ouviu aproximadamente 100 empresas de caçambas de entulho em todo Brasil. O problema mais comum na locação da caçamba é o resíduo acima da borda, multas por parte do poder público municipal e vandalismos praticados contra a caixa estacionária.
O valor médio da locação da caçamba é outro item que preocupa. De acordo com a Pesquisa Setorial Abrecon 2020, mais da metade das empresas cobram até R$ 250,00 que vai de três a 10 dias. Isso evidencia a desvalorização dos serviços ambientais frente ao desafio de manter a cidade limpa.
O MTR Nacional não é utilizado pela maioria dos transportadores do nordeste. Com exceção do Ceará, todos os respondentes da região sinalizaram que não registram os resíduos colocados na caçamba.
Para fazer frente a inflação dos insumos (diesel, manutenção, serviços de manutenção etc), os empresários estão reciclando alguns resíduos colocados na caçamba, tais como alumínio, ferro e até plásticos