Jundiaí rastreia caçamba ilegal com GPS

Em breve, quando você pisar na calçada da praça das Rosas, não estranhe se bater a lembrança daquele quartinho do fundo, derrubado para dar lugar a uma churrasqueira. A partir de agosto, a Secretaria de Serviços Públicos de Jundiaí não vai mais comprar pedra e areia novas. Vai usar apenas material reciclado, originados das caçambas com entulhos de obras e reformas.

A regra não vale para partes estruturais de obras, mas no restante do projeto, só entrarão pedras e areia que saírem da usina instalada no Geresol (Centro de Gerenciamento de Resíduos Sólidos), localizado no Distrito Industrial.

Timidamente, a prefeitura já vem usando este material reciclado – construiu uma calçada no Eloy Chaves e sarjetões no Jardim Samambaia após ter a análise do material aprovada por um convênio com a Faculdade Anhanguera e pelo laboratório da empresa SBR, concessionária do serviço no Geresol, dona da usina e cujo contrato termina no próximo ano – para continuar, precisará vencer uma nova licitação.
LOGÍSTICA REVERSA /No Geresol existem duas trituradoras, uma da SBR, empresa da empreiteira A. Fernandes, e outra, móvel, da Soebe. A primeira tritura um passivo de entulho amontoado há mais de três anos no local. A outra, menor, trabalha com o que é descarregado pelos caminhões. “Finalmente conseguimos colocar em prática a logística reversa”, afirma o gerente comercial da SBR, Henrique Bruning Araújo.
Segundo Aguinaldo Leite, secretário de Serviços Públicos, houve uma negociação com a empresa para que o percentual da prefeitura no acordo passasse de 17,3% para 30%. “E se isso não for suficiente, vamos licitar para comprar pedra e areias reciclados”, diz.

Esse material também é usado na recuperação de estradas rurais. E aí surgiu o primeiro problema. Em um trabalho na região do Mato Dentro foi utilizado um lote que ainda não havia sido processado completamente. Ontem, funcionários da prefeitura retiravam plásticos que ficaram no caminho novo. E provocaram reclamações.

Espião denuncia se caçamba usada em obra é clandestina
Pense duas vezes antes de contratar uma caçamba clandestina (o site da prefeitura tem a lista de empresas cadastradas). Está funcionando em Jundiaí um novo sistema de monitoramento on-line, por meio de georreferenciamento, que aponta onde cada uma está na cidade.
Por meio de um mapa, com fotos, a Secretaria de Serviços Públicos diferencia quais estão regulares, em situação de regularização ou com potencial para serem descarregadas por aí.
Esse mapeamento, mais um decreto publicado na semana passada, que passou a cobrar as caçambas por unidade no Geresol, transformou o centro de reciclagem em um entra e sai constante de caminhões.
Segundo o diretor de Obra, Manutenção e Resíduos da prefeitura, Gilberto Valverde, no início do ano, em média 20 caçambas entravam no local. Agora são 100 e a meta é atingir 200 diárias.
Para conseguir licença para uma obra particular, o engenheiro terá de calcular quantas caçambas usará. No caso de esse material não dar entrada no centro de reciclagem, não sai o habite-se depois. E se o entulho for jogado por aí, o dono do imóvel corre o risco de ser processado por crime ambiental.
MAIS

Veja o que não deve ir em uma caçamba
A prefeitura planeja fazer uma campanha para ensinar as pessoas a utilizarem caçambas para depósito de entulho. Mas quem contratá-las já deve receber orientações. Por exemplo, nunca descarte lixo orgânico, sacolas plásticas, garrafas pet sujas, latas com tintas (ou solventes), folhagens e pedaços de árvores. Gesso, amianto, tintas e solventes não devem ser descartados na mesma caçamba, pois contaminam outros materiais e impedem a reciclagem.

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Tipos de materiais saem da principal usina de entulho do Geresol, de areia a pedras pequenas e grandes

E-mail é sinal de missão cumprida
Quem contrata uma caçamba é responsável pelo preenchimento do CTR (Conhecimento de Transporte de Resíduos). E por meio dele é possível receber um e-mail depois, quando houver o descarte no local correto. No futuro, as caçambas de Jundiaí terão chips, como os instalados em veículos para passagem automática nos pedágios.

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