Quanto você daria por uma pilha de cem mil toneladas de concreto e ferros retorcidos? A empresa paulistana de reciclagem Britex Soluções Ambientais pagou R$ 1. Ela arrematou, sem concorrência e pelo valor mínimo, o entulho resultante da demolição, ocorrida em dezembro de 2010, do \”perna seca\”, prédio anexo do Hospital do Fundão.
O material, que seria depositado em aterros, vai para a construção civil. Mas os alunos do Fundão precisam ter paciência: o entulho só deve acabar de ser retirado em quatro meses.
a que em quatro meses o trabalho esteja concluído.
– Este é um trabalho pioneiro e queremos difundi-lo no Estado do Rio, discutir alternativas ecológicas. Estamos economizando milhões e ainda apoiando a reciclagem de resíduos da construção civil, que crescem a cada dia – ressalta Paulo Ripper, vice-prefeito da UFRJ, garantindo que o hospital não sofrerá com barulho e com a poeira.
– Vamos começar a retirar o material no dia 5 de setembro. Pelo edital, eu tenho até seis meses para acabar o serviço – diz Gonzalez.
Para ele, apesar do valor simbólico, o material arrematado é de alta qualidade:
– Temos certeza de que conseguiremos vender o produto reciclado para a construção civil. Em São Paulo, eu negocio o material reciclado com facilidade, porque é mais barato. Aqui, este comércio ainda está engatinhando.
Um projeto de lei que propõe incentivos fiscais para os reciclados de resíduos de demolições está para ser votado na Assembleia Legislativa do Rio. O autor do projeto, o ex-deputado e atual secretário do Ambiente do Rio, Carlos Minc, explica que o objetivo é incentivar a compra, por grandes empreiteiras, do entulho reciclado. Mais de dez mil toneladas por dia são geradas no estado.
O secretário deve anunciar em breve o programa Entulho Limpo da Baixada. Serão investidos R$ 9 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam). Uma usina de trituração de entulho será montada em São João de Meriti.
Fonte: Jornal O Globo | 27 de agosto de 2011 | oglobo.globo.com