De acordo com a Pesquisa Setorial Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição) 2015, algo em torno de 75% das usinas de reciclagem de RCD no Brasil usam o britador de mandíbula.
Dentre as opções dadas para quem vai montar uma usina de reciclagem de resíduos da construção, há o britador de impacto (martelo), britador de moinho e o de mandíbula.
Aliás, há uma diferença considerável de termos como britador e moinho.
O conceito de moinho está associado a moer, ou seja, reduzir a pó. Assim, o moinho seria um equipamento voltado ao processamento do material já britado, assim, para a etapa secundária ou terciária.
Para atender a necessidade local, na maioria dos casos com entulho (resíduos da construção) heterogêneo (mistura de materiais inertes e não inertes) e com granulometria irregular, o britador de mandíbula se mostra a melhor opção por fazer a cominuição (redução granulométrica) desse material com custo baixo de energia e manutenção simples e barata.
Como o britador de mandíbula é o equipamento mais utilizado no segmento de usinas de reciclagem de RCD, sua manutenção torna-se simples e de fácil contratação, pois os profissionais técnicos já a dominam.
O trabalho de um britador de mandíbula é basicamente um movimento concêntrico ou excêntrico objetivando romper ou fragmentar os pedaços de entulho, assim, diferente de outros equipamentos, o processo simples torna a manutenção simples e barata.
Do ponto de vista de conforto ambiental, o britador de mandíbulas ainda é o mais silencioso das opções de mercado, pois o processo de rompimento e fragmentação dos resíduos se dá dentro da câmara sem ruídos significativos
Esse britador também é o melhor equipamento para a britagem de resíduos com impurezas ou que não tenha passado na mesa de triagem, embora este último equipamento seja sempre necessário para a eficiência total dos britadores.
Se compararmos com o britador de martelo, o britador de mandíbula ainda é mais simples com uma mecânica muito conhecida e com menos riscos operacionais, seja na abertura para a manutenção ou no seu funcionamento durante a britagem do RCD.
Outro benefício do britador de mandíbula é o fato de ele se conjugar com a mesa de triagem (pick station ou table station) e escalpe (para retirada de material fino, como solos e pó), assim evita-se o desgaste das duas placas de contato com o resíduo fino, como solo e material particulado.
O britador de mandíbula é muito bom, mas o seu desenho adequado é sempre associado com mecanismos que retirem o material fino da caixa de britagem, mesa de triagem anterior ao processo de cominuição e by-pass antes da britagem para aumentar a vida útil das placas.
Além disso, é importante trabalhar com o equipamento administrando o seu gasto energético e:
- Manter a programação de manutenção preventiva, se possível com checagem do equipamento antes e depois do expediente;
- Fazer a troca das mandíbulas em tempo adequado e de acordo com a orientação do fabricante;
- Trabalhar com a câmara sempre cheia de resíduos – isso aumenta a produtividade do equipamento e reduz o atrito da placa;
- Delegar a responsabilidade pelo monitoramento do conjunto de forma a monitorar o seu desempenho;
- Evitar enviar para a câmara de britagem resíduos classe B, C e D e solos;
- Evitar trabalhar em ambiente úmido ou molhado – isso pode comprometer o movimento das correias e até paralisar os motores.
Para os associados à Abrecon, disponibilizamos as Diretivas Abrecon [D.A] n. 05 com a programação de manutenção preventiva das mesas de triagem, fixas e móveis, e dos britadores de martelo e mandíbula.
Portanto, o britador de mandíbula é o mais usado na reciclagem de resíduos da construção e demolição por oferecer vantagens para além da britagem, pois custo de aquisição, manutenção e operação fazem esse modelo ser o preferido dos empresários do segmento de usinas de reciclagem de RCD.
