Hewerton Bartoli, vice-presidente da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), estima que o Brasil desperdiça cerca de R$ 8 bilhões ao ano por não reciclar materiais de construção. Para se ter uma ideia do tamanho do desperdício, os resíduos de construção civil e demolições são responsáveis por 60% de todo o lixo sólido urbano e tem reaproveitamento de 70%, informa o especialista.
Práticas mais sustentáveis já são comuns em grandes empresas de construção civil, explica Leal. Elas trabalham com planos de resíduos sólidos e separam materiais. O maior problema está no descarte irresponsável dos milhares de pequenos geradores, entre eles, as pessoas que reformam suas casas e contratam caçambas que não dão destino adequado aos materiais ou ainda utilizam o próprio carro para jogar os resíduos em terrenos baldios.
A destinação adequada dos resíduos e a reutilização, além da economia ambiental, uma vez que se deixa de extrair novos materiais da natureza, é altamente viável economicamente, diz Rafael Clemente Filgueira, gerente da Usina de Reciclagem de Entulho de Osasco, município da Região Metropolitana de São Paulo, administrada pelo Inac. No município, 50% do material produzido pela usina é entregue à prefeitura, que o utiliza em obras públicas. “O poder público municipal economiza em limpeza pública porque os materiais vão para o lugar adequado e leva à economia em obras”, diz. Entre 40 a 60% das obras públicas do município são realizadas com materiais reciclados originários da usina, informa o especialista.
O recondicionamento dos resíduos dá origem a produtos como areia, pedrisco, brita, rachão e bica corrida, e podem ser utilizados para produzir blocos, tijolos e telhas. Os materiais podem ser utilizados em novas construções e coberturas asfálticas, por exemplo.
Fonte: Brasil Atual | 18 de outubro de 2011